Em decorrência da carta entregue à Prefeitura, a Procuradora Municipal Dra. Débora, solicitou ao Núcleo maiores informações sobre o Projeto. Abaixo, a resposta do Núcleo:
"Cara Débora,
Enviamos como combinado uma lista contendo o número de educandos inscritos no MOVA em Jaboticatubas, o número dos que freqüentaram as turmas, e o número e nomes de estudantes que concluíram o ano de 2011 e que continuarão estudando conosco. Esse balanço foi realizado no final do ano passado e em nossas reuniões semanais pedagógicas de formação que ocorrem toda sexta na Escola Municipal Geralda Isa. Analisamos que a ausência de transporte que efetivamente atenda ao aluno trabalhador é o principal fator que ocasionou a queda de inscritos no início do ano, de 244 pessoas passamos nos primeiros meses de aula para 155 frequentes. No entanto, e isso é fenômeno comum na Educação de Jovens e Adultos (EJA), ao final do ano apenas 83 pessoas receberam o certificado aprovado pelo MEC/FNDE, ou seja, 34% do total de inscritos, ou, comparando com os que frequentaram em algum momento as aulas, 52,3%. São diversos os motivos que nos levaram e levam a EJA a ter índices tão alarmantes de infrequência: ausência de transporte escolar, descrença sobre a continuidade do projeto, falta de infraestrutura para a acomodação apropriada do educando, métodos inapropriados de alfabetização para adultos, problemas de saúde e dificuldades de locomoção, vergonha do preconceito que existe em nossa sociedade para com o adulto e jovem analfabeto, problemas familiares, cansaço etc. A evasão escolar na EJA é um problema comum e, no caso do MOVA, destacamos os três primeiros fatores: ausência de transporte escolar, falta de infraestrutura e descrença sobre a continuidade do projeto, como principais, pois foram os motivos apontados pelas pessoas para explicar a infrequência.
Acreditamos que neste ano de 2012 poderemos beneficiar mais pessoas em Jaboticatubas, pois o projeto se mantém forte e ganha cada vez mais a confiança das pessoas para nele se inserir e ter a certeza de realizar o sonho de saber ler e escrever com autonomia. Estamos realizando uma pesquisa para levantar mais dados sobre a demanda por alfabetização nas comunidades rurais, e nos 200 questionários até agora aplicados o índice de analfabetismo e analfabetismo funcional chega a 70%, sendo que grande parte destes querem freqüentar o MOVA este ano. Ainda não fechamos as inscrições para este ano, porém, em algumas turmas como Capão do Berto, Mato Barreiro e Capão Grosso, já tivemos procura de 32 pessoas que moram em comunidades vizinhas e que querem participar das turmas, mas para isso precisam de transporte. Sabemos que o mesmo tende a acontecer nas demais turmas.
Vale ressaltar, e desculpe-nos se nos alongamos, mas o MOVA trabalha com uma metodologia de alfabetização inspirada na filosofia da educação da Paulo Freire que preconiza a realidade em que vivem os educandos e educandas como ponto de apoio para o educador pensar o conteúdo a ser utilizado na aprendizagem da língua escrita. O que vem possibilitando a percepção por parte de educadoras e educandos da importância e função que um processo de escolarização pode ter na vida das comunidades, aumentando o engajamento das comunidades para a continuidade das turmas.
Agradecemos a atenção,
Luiz Felipe Lopes Cunha e Daya Gloor Vellasco
Enviamos como combinado uma lista contendo o número de educandos inscritos no MOVA em Jaboticatubas, o número dos que freqüentaram as turmas, e o número e nomes de estudantes que concluíram o ano de 2011 e que continuarão estudando conosco. Esse balanço foi realizado no final do ano passado e em nossas reuniões semanais pedagógicas de formação que ocorrem toda sexta na Escola Municipal Geralda Isa. Analisamos que a ausência de transporte que efetivamente atenda ao aluno trabalhador é o principal fator que ocasionou a queda de inscritos no início do ano, de 244 pessoas passamos nos primeiros meses de aula para 155 frequentes. No entanto, e isso é fenômeno comum na Educação de Jovens e Adultos (EJA), ao final do ano apenas 83 pessoas receberam o certificado aprovado pelo MEC/FNDE, ou seja, 34% do total de inscritos, ou, comparando com os que frequentaram em algum momento as aulas, 52,3%. São diversos os motivos que nos levaram e levam a EJA a ter índices tão alarmantes de infrequência: ausência de transporte escolar, descrença sobre a continuidade do projeto, falta de infraestrutura para a acomodação apropriada do educando, métodos inapropriados de alfabetização para adultos, problemas de saúde e dificuldades de locomoção, vergonha do preconceito que existe em nossa sociedade para com o adulto e jovem analfabeto, problemas familiares, cansaço etc. A evasão escolar na EJA é um problema comum e, no caso do MOVA, destacamos os três primeiros fatores: ausência de transporte escolar, falta de infraestrutura e descrença sobre a continuidade do projeto, como principais, pois foram os motivos apontados pelas pessoas para explicar a infrequência.
Acreditamos que neste ano de 2012 poderemos beneficiar mais pessoas em Jaboticatubas, pois o projeto se mantém forte e ganha cada vez mais a confiança das pessoas para nele se inserir e ter a certeza de realizar o sonho de saber ler e escrever com autonomia. Estamos realizando uma pesquisa para levantar mais dados sobre a demanda por alfabetização nas comunidades rurais, e nos 200 questionários até agora aplicados o índice de analfabetismo e analfabetismo funcional chega a 70%, sendo que grande parte destes querem freqüentar o MOVA este ano. Ainda não fechamos as inscrições para este ano, porém, em algumas turmas como Capão do Berto, Mato Barreiro e Capão Grosso, já tivemos procura de 32 pessoas que moram em comunidades vizinhas e que querem participar das turmas, mas para isso precisam de transporte. Sabemos que o mesmo tende a acontecer nas demais turmas.
Vale ressaltar, e desculpe-nos se nos alongamos, mas o MOVA trabalha com uma metodologia de alfabetização inspirada na filosofia da educação da Paulo Freire que preconiza a realidade em que vivem os educandos e educandas como ponto de apoio para o educador pensar o conteúdo a ser utilizado na aprendizagem da língua escrita. O que vem possibilitando a percepção por parte de educadoras e educandos da importância e função que um processo de escolarização pode ter na vida das comunidades, aumentando o engajamento das comunidades para a continuidade das turmas.
Agradecemos a atenção,
Luiz Felipe Lopes Cunha e Daya Gloor Vellasco
Articuladores do Núcleo do MOVA-Brasil em Jaboticatubas"
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